sexta-feira, 26 de abril de 2013

O MINISTÉRIO DOS APÓSTOLOS


O MINISTÉRIO DOS APÓSTOLOS
 
A história bíblica termina no livro de Atos, que descreve o ministério da igreja primitiva. Em Atos vemos como a mensagem concernente a Jesus - a mensagem da redenção - propagou-se de Jerusalém até Roma, centro do mundo Ocidental.
O livro de Atos mostra a expansão da igreja:
a) Em Jerusalém;
b) De Jerusalém para a Judéia, Samaria e região.
c) De Antioquia até Roma.


a) A Igreja em Jerusalém - As primeiras experiências dos discípulos de Jesus em Jerusalém revelam muita coisa acerca da igreja primitiva. O livro de Atos mostra com que zelo esses cristãos divulgaram as notícias a respeito de Jesus.
O livro inicia-se numa colina próxima a Jerusalém, onde Jesus estava prestes a ascender ao céu. Ele disse aos discípulos: "...ao descer sobre vós o ES, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1.8). Esse era o plano de Jesus para evangelizar o mundo.
Poucos dias mais tarde os discípulos substituíram Judas, que se havia matado depois de trair a Jesus. Escolheram a Matias para completar o grupo dos doze.
Então o Cristo ressurreto deu à igreja seu ES, que capacitou os cristãos a cumprirem a tarefa de âmbito mundial (At 1.8).
Pedro falou à igreja no dia de Pentecoste, revelando a importância de Cristo como Senhor da salvação (At 2.14-40). O ES revestiu a igreja de poder para operar sinais e maravilhas que confirmavam a veracidade dessa mensagem (At 2.43). Especialmente significativa foi a cura de um mendigo operado pelos apóstolos à porta do templo ( At 3.1-10), o que colocou os apóstolos em conflito com as autoridades judaicas.
A igreja mantinha estreita comunhão entre seus membros. Compartilhavam as refeições em seus lares; também adoravam juntos e repartiam os seus bens (At 2.44-46; 4.32-34).
À medida que a igreja continuava a crescer, as autoridades governamentais começara a perseguir abertamente os cristãos. Pedro e alguns dos apóstolos foram presos, mas um anjo os libertou; convocados perante as autoridades, estas lhes deram ordens de parar com a pregação a respeito de Jesus (At 5.17-29). Os cristãos, porém, recusaram-se a obedecer; continuaram pregando, muito embora as autoridades religiosas os espancassem e os laçassem na prisão diversas vezes.
A igreja crescia com tanta rapidez que os apóstolos precisaram de auxílio em algumas questões práticas de administração eclesiástica, principalmente no atendimento às viúvas. Para a execução desta tarefa ordenaram sete diáconos.

b) De Jerusalém para toda a Judéia - A segunda fase do crescimento da igreja começou com uma violenta perseguição dos cristãos em Jerusalém. Quase todos os crentes fugiram da cidade (At 8.1). Por onde quer que fossem, os cristãos davam testemunho, e o ES usava esse testemunho a fim de conquistar outras pessoas para Cristo (At 8.3...). Por exemplo, um dos sete auxiliares, chamado Filipe, conversou com um diplomata etíope; esse homem tornou-se cristão e levou as boas novas para sua pátria ( At 8.26-39).
A esta altura a Bíblia descreve a conversão de Saulo de Tarso. Antes de converter-se, Saulo perseguia a Igreja. Ele obteve cartas das autoridades judaicas em Jerusalém que o autorizava a ir a Damasco efetuar a prisão dos cristãos ali e matá-los. No caminho, Cristo derrubou-o por terra e o desafiou. Saulo rendeu-se e assim começou uma nova vida na qual ele devia usar seu nome romano, Paulo em lugar de Saulo, o nome judaico. Paulo cheio do ES começou a pregar a respeito de Jesus na sinagoga judaica, e os dirigentes judeus o expulsaram de Damasco. Algum tempo depois (Gl 1.17-2.2), ele foi pra Jerusalém, onde estabeleceu uma relação com os apóstolos.

Devemos notar também que o ministério de Pedro, que foi especialmente marcado por milagres. Em Lida ele curou um homem chamado Enéias (At 9.32-35). Em Jope, Deus o usou para ressuscitar Dorcas (At 9.36-42). Por fim, recebeu de Deus uma visão que o convocava para Cesaréia, onde apresentou o evangelho aos gentios (At 10.9-48). Ele foi o líder máximo dos apóstolos e seu ministério reanimou o entusiasmo da igreja primitiva. Apóstolo era uma pessoa a quem Cristo havia escolhido para um treinamento especial no ministério ( Gl 1.12). Os apóstolos lançaram o alicerce da igreja mediante a pregação do evangelho de Cristo (Ef 2.20; 1Co 3.10-11; Jd 3-21). Deususou Pedro para abrir a porta da salvação aos gentios.
Neste ponto a narrativa bíblica volta-se brevemente para a expansão do evangelho entre os gentios em Antioquia (At 11.19-30). É quando lemos acerca do martírio de Tiago em Jerusalém, e de como Pedro foi miraculosamente liberto da prisão. (At 12.1-19)

c) De Antioquia até Roma - O restante do livro de Atos descreve a expansão da igreja por intermédio do Apóstolo Paulo. Barnabé levou Paulo para Antioquia (At 11.19-26). Aí o ES chamou a Barnabé e a Paulo para serem missionários, e a igreja os ordenou para essa tarefa (At 13.1-3). Eles começavam pregando numa sinagoga judaica. Por conseguinte, a igreja primitiva constituía-se, antes de tudo, de convertidos dentre os judeus e de pessoas "tementes a Deus" (gentios que adoravam com os judeus). Na primeira viagem houve um dramático confronto com o diabo quando Deus usou a Paulo para derrotar o mágico (feiticeiro) Elimas (At 13.6-12). O jovem João Marcos acompanhava a Paulo e a Barnabé, mas, de Perge, resolveu voltar a Jerusalém, fato que deve ter causado grande desapontamento a Paulo (At 15.38). No sermão que Paulo proferiu na sinagoga em Antioquia da Pisídia (At 13.16-41) ele faz um resumo da história da redenção, acentuando seu cumprimento em Jesus. Ele declarou:  crer em Cristo é o único meio de libertar-se do pecado e da morte (At 13.38,39).
Em listra, judeus hostis instigaram as multidões de sorte que Paulo foi apedrejado e dado por morto (At 14.8-19). A viagem terminou com Paulo e Barnabé voltando a Antioquia, onde relataram tudo quanto Deus havia feito por intermédio deles, e como a fé se espalhara entre os gentios (At 14.26-28).
Mais tarde, surgiu na igreja uma séria desinteligência. Alguns cristãos argumentavam que os gentios convertidos tinha de observar as leis do AT, de modo especial a da circuncisão. O problema foi levado perante o concílio da igreja de Antioquia e de Jerusalém. Deus dirigiu esse concílio (reunido em Jerusalém) para declarar que os gentios não tinham de guarda a Lei a fim de serem salvos. Mas instruíram aos novos conversos a que se abstivessem de comer coisas sacrificadas aos ídolos, sangue e animais sufocados (At 15.1-29), para não escandalizarem os judeus. O concílio enviou uma carta a Antioquia; a igreja leu-a e a aceitou com sendo a vontade de Deus.
Não demorou muito, Paulo resolveu visitar todas as igrejas que ele e Barnabé haviam estabelecido na primeira viagem missionária. E assim teve início a segunda viagem missionária (At 15.40-41), desta vez em companhia de Silas. Observe-se, especialmente, a visão que Deus deu a Paulo em Trôade, convocando-os para a Macedônia (At 16.9-10). Na Macedônia eles conduziram à fé pessoas "tementes a Deus" (gentios que criam em Deus) e também judeus.
Um dia os missionários defrontaram-se com uma jovem escrava possuída do demônio. Seus donos auferiam lucro da capacidade que tinha a jovem de adivinhar. Paulo expulsou os demônios da jovem. e ela perdeu seus poderes, por isso seus senhores prenderam-nos (At 16.19-24). Na prisão, Paulo e Silas pregaram ao carcereiro. Foram libertados de manhã e se dirigiram para Tessalônica, onde muitos se converteram sob seu ministério. A seguir foram para Beréia, onde também alcançaram grande êxito (At 17.10-12). Em Atenas, Paulo pregou um grande sermão aos filósofos na colina de Marte. A próxima parada foi Corinto, onde Paulo e seus amigos permaneceram por um ano e meio. Daqui voltaram para Antioquia, passando por Jerusalém (At 18.18-22). Todo esse tempo, Paulo e seus companheiros continuaram a pregar nas sinagogas, e enfrentaram a oposição de alguns judeus que rejeitaram o evangelho (At 18.12-17).
A terceira viagem missionária abrangeu muitas das mesmas cidades que Paulo havia visitado na segunda. Ele fez, também, uma rápida visita às igreja da Galácia e da Frígia (At 18.23).
Em Efeso ele batizou doze dos discípulos de João Batista que haviam aceitado a Cristo, os quais receberam o ES (At 19.1-7). Durante quase dois anos ele pregou na escola de Tirano (At 19.9-10).
De Éfeso, ele foi para a Macedônia e, finalmente, voltou a Filipos. Depois de uma breve estada nesta cidade, ele viajou para Trôade, onde um jovem chamado Êutico pegou no sono durante o sermão de Paulo e caiu de uma janela do terceiro andar, sendo dado por morto. Deus operou por meio de Paulo para trazer Êutico de volta à vida (At 20.7-12). Dali os missionários foram para Cesaréia, passando por Mileto. Em Cesaréia o profeta Ágabo predisse o perigo que aguardava a Paulo em Jerusalém; ali ele enfrentou dificuldades e prisão. A Bíblia registra um discurso que ele fez ali em defesa de sua fé (At 22.1-21). Finalmente, as autoridades religiosas conseguiram enviá-lo para Roma a fim de ser julgado. A caminho, o navio que o transportava naufragou na ilha de Malta. Aqui  foi picado por uma cobra venenosa, mas não sofreu dano algum (At 28.7-8). Depois de passar três meses em Malta, ele e seus guardas navegaram para Roma.
O Livro de Atos encerra com as atividades de Paulo em Roma. Lemos que ele pregou aos principais judeus (At 28.17-20). Durante dois anos morou numa casa alugada, continuando a pregar às pessoas que o visitavam (At 28.30-31).
Encerra-se a história da redenção registrada na Bíblia. O Evangelho tinha sido eficazmente plantado em solo gentio, e a maioria das Epístolas havia sido escritas. A igreja estava no processo de separar-se da sinagoga judaica e tornar-se um organização distinta. 
A Cura de um Coxo

O livro de Atos descreve o início da Igreja no dia de Pentecoste como vimos na aula anterior; nesta, passaremos a considerar o primeiro milagre apostólico.

As Circunstâncias

1. A ocasião. "E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona". Os primeiros cristãos eram de nacionalidade judaica. Eles se reuniam para o culto num dos pórticos do Templo, privilégio concedido aos vários grupos religiosos entre os judeus. Eles se reuniam para o estudo das Escrituras.

No princípio, ninguém os molestava. Consideravam os cristãos mais uma seita dentro do judaísmo, por mais faná­tica que lhes parecesse. Mais tarde, os líderes tiveram de abandonar esta ideia.

É provável que os primeiros cristãos tivessem três reu­niões diárias. Isto devido ao costume judaico das três horas do culto divino no Templo (Sl 55.17; Dn 6.10): à terceira hora, do sacrifício da manhã, equivalente às nove horas atuais; ao meio-dia, provavelmente um culto de ações de graças; e, finalmente, a reunião de oração que coincidia com o sacrifício da tarde, à hora nona, ou as atuais 15 horas. Foi neste último horário que Pedro e João entraram no Templo para um período de culto cristão.

2. O lugar. Foi na porta Formosa que os apóstolos vi­ram o coxo. O Templo era cercado por três átrios de már­more. Cada um num nível mais alto, subindo por lanços de degraus, a partir da entrada exterior no nível da cidade. O átrio mais baixo era o único ao qual os gentios tinham acesso. Subindo os degraus, chegava-se ao segundo átrio, o central, além do qual nenhuma mulher tinha o direito de subir. Então, mediante outro lanço de degraus, subia-se ao átrio superior onde estavam o altar e o santuário. Em cima do lanço de degraus, no nível do Templo e dando acesso a ele, estava a porta Formosa. Era feita de latão de Corinto e ricamente ornada e coberta de ouro e prata que, com a luz do sol, brilhavam com glória reluzente.

3. O sofredor. "E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam". Que contraste! Uma porta forte, bela, desper­tando a admiração de todos, e um pobre mendigo, vestido em trapos, procurando continuar sua existência à base de esmolas. Tais contrastes existem pelo mundo afora. E as­sim continuam, até que alguém, dotado do poder de Deus, pronuncie a palavra que faz os fracos e débeis ficarem moral, física e espiritualmente tão belos quanto o Universo.

Dia após dia, o homem era levado para o Templo. Es­perava que os adoradores estivessem mais inclinados à caridade do que outras pessoas. Muitos aflitos esperam algo do calor da religião no meio da fria indiferença do mundo.

A Cura

1. O pedido. "O qual, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no Templo, pediu que lhe dessem uma esmola". Mecanicamente, começou a fazer suas lamúrias. Talvez não olhasse para os apóstolos, nem esperasse receber coisa al­guma.

2. A ordem que chamou a atenção. "E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós". O mendigo tinha de ser despertado da sua letargia. Necessitava prepa­rar a mente e o coração para receber uma bênção espiritu­al: "E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa". As palavras de Pedro despertaram expectativa e receptividade no mendigo. Foi arrancado do seu estado de desespero, e alguma esperança começou a surgir na sua mente. Ninguém havia falado assim com ele antes. Os adoradores, geralmente, lançavam lhe uma moeda quase sem olhar para ele. Aqui, no entanto, estavam dois homens que lhe dedicavam total atenção, como se tivessem verda­deira preocupação com a situação dele. Certamente era este o prelúdio de um presente fora do comum.

3. O presente inesperado. "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro" - Podemos imaginar a decepção do men­digo! Pedro, no entanto, ainda não acabara de falar: "... mas o que tenho isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda". Tinha algo melhor do que dinheiro para oferecer àquele homem necessitado (cf. 1 Pe 1.18,19). Pedro estava cumprindo o mandamento de Cristo que, após ter concedido poder milagroso aos apóstolos, disse: "De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8,9). Desta forma, o apóstolo tipifica a verdadeira Igreja de Deus, que apesar de pobre quanto aos bens deste mundo, tem poder para realizar milagres. E, muitas vezes, quando uma igreja já não pode dizer: "Não tenho prata nem ouro", também perde o poder de dizer: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda".

4. A cura milagrosa. "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direi­ta, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram". Notam-se três fatos com respeito à cura:

4.1. Foi em nome de Jesus Cristo. A palavra "nome", conforme o emprego bíblico, está vinculada à personalida­de e influência da pessoa. Quando o Antigo Testamento fala acerca do "nome de Deus", está tratando da manifes­tação daquilo que Deus realmente é. E, quando Pedro le­vantou o coxo em nome de Jesus, estava invocando o po­der e a virtude que estão contidos na personalidade de Jesus. O nome de Jesus é um nome salvador porque representa a pessoa do Salvador. Este nome só pode ser invocado por aqueles que têm verdadeira fé nele (cf. At 19.13-16). "E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome... e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão" (Mc 16.17,18).

4.2. A cura foi realizada mediante a fé. "E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde" (At 3.16). O coxo exerceu um pouco de fé, ou foi Pedro que exerceu toda a fé? O Senhor sempre requer fé, quando possível, da parte daque­les a quem cura. Portanto, temos a certeza de que este homem deu alguma resposta de fé (cf. At 14.8-10). Será que o coxo ouvira o Evangelho, de forma que sua fé pôde ser despertada mediante a Palavra de Deus? (Rm 10.17). É provável que o homem já tivesse visto Jesus passar por aquela porta, e que tivesse ouvido acerca dos seus ensinos, crucificação e ressurreição. As pessoas, certamente, tinham comentado perto dele os eventos do Pentecoste e o poder de Jesus para salvar os pecadores. Guiados pelo Espírito, Pedro e João pararam e discerniram a semente de fé no coração do homem. Falaram palavras que ajudaram à fé expressar-se mais plenamente. Imediatamente à fé frutifi­cou de tal maneira que a folha, a espiga e o grão maduro cresceram de uma só vez.

Por outro lado, pode ser que a autoridade da ordem dada por Pedro, em nome de Jesus, tivesse bastante influência para produzir a fé salvadora. O mendigo pode ter sido suficientemente singelo para crer em tudo quanto Pedro disse.

4.3. A cura foi levada a efeito mediante poder sobrena­tural. "E logo os seus pés e artelhos se firmaram". Este homem não foi curado pelas sugestões da sua própria mente, vivificando suas energias. Foi, no entanto, pelo poder so­brenatural da parte de Deus que lhe sobreveio de cima e de fora dele.

5. A sequela feliz. Pedro e João continuaram seu cami­nho para o culto, tendo agora um acompanhante feliz: "E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no Templo, andando, e saltando, e louvando a Deus". Esta maneira pouco clássica de entrar no Templo deve ter causado surpresa e até repúdio a alguns dos frios frequentadores do culto. Quando, porém, um coxo de nascença recebe a cura milagrosa e instantânea mediante o poder de Deus, manter a aparência é de pouca importância. O simples andar não parecia suficiente ao homem que achava tão maravi­lhosas suas novas capacidades.

"E todo o povo o viu andar e louvar a Deus; e conhe­ciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do Templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera. E, apegando-se o coxo, que fora curado, a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles..." Este milagre tinha um propósito muito prático - exaltava o nome de Jesus e dava publicidade aos pregadores do Evangelho. Com isso uma grande multidão se dispôs a escutar a mensagem. Pedro diz que Jesus é a fonte do poder milagroso. Não por ter ele operado milagres na terra, mas por estar agora assentado à destra de Deus.

Estas palavras exigiam muita coragem, para serem fala­das no Templo. Elas colocavam Pedro sob o risco de ser levado à prisão. No entanto, Pedro possuía o heroísmo que um Cristo morto nunca poderia ter concedido. Sua própria atitude, e não somente as palavras que falava, se constituía em evidência de que Cristo realmente estava vivo.

Ensinamentos Práticos

1. "Cooperando com eles o Senhor" (Mc 16.20). Os que negam o sobrenatural precisam explicar uma coisa. Os primeiros missionários eram membros sem influência, de uma nação desprezada. Como, então, conseguiram fazer progredir a religião de Cristo, face à cultura da Grécia e de Roma? e ao ponto de obter a supremacia, apesar das suas doutrinas de abnegação. O segredo do triunfo do Cristia­nismo não se achava na qualidade dos homens que o pre­gavam. Estava sim, na pessoa de Cristo, por eles pregado e de quem recebiam o poder.

O general inglês Wellington calculava que a presença de Napoleão no campo da batalha valia por 40.000 solda­dos. Não somente por sua perícia como comandante, mas também porque sua presença inspirava coragem e confian­ça na vitória. A presença de Cristo no campo de batalha espiritual vale muitíssimo mais: "E eis que eu estou convosco todos os dias..."

2. A mão que ajuda. "E, tomando-o pela mão direita, o levantou". Certo criminoso deixou seus maus caminhos e dedicou-se à vida cristã. Tudo porque o conde de Shaftesbury, famoso político cristão que lutava por refor­mas sociais, o tomou pela mão e amorosamente lhe disse: "Você ainda virá a ser um homem de verdade!”.

3. Mais precioso do que ouro. "Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou". Nos períodos históri­cos em que a Igreja tem tido quantidades de ouro e prata, não tem havido poder espiritual. A tradição judaica diz que no Templo de Jerusalém havia uma flauta feita de taquaras. Remontando aos tempos de Moisés, ela possuía um som maravilhoso que encantava os adoradores. Quando, porém, os sacerdotes resolveram revestir a preciosidade com ca­madas de ouro, o som ficou metálico e antipático, até gros­seiro. O ouro estragara suas notas doces e claras. A Igreja de Jesus Cristo começou com uma nota celestial e gloriosa. O institucionalismo e o mundanismo, no entanto, muitas vezes chegaram a estragar a pura mensagem do Evange­lho. Fiquemos firmes na simplicidade que há em Cristo.

4. Mordomos de Deus. "... mas o que tenho isso te dou". Toda pessoa que está em comunhão com o Senhor Jesus tem algo, ou pelo menos deve ter, para oferecer aos espi­ritualmente necessitados. Mesmo os que não possuem bens materiais podem oferecer o que têm: uma palavra de teste­munho ou encorajamento, uma oração. Algo que seja como uma mão auxiliadora para tirá-lo de sua incapacidade espi­ritual. Certo reformador e novelista disse a um mendigo, magro e com frio, que lhe implorara uma esmola: "Não fique zangado comigo, irmão, não tenho nada para dar". O rosto pálido iluminou-se, e os lábios roxos de frio forma­ram um sorriso. "Chamou-me de irmão, afinal, e este foi um presente muito grande". Passando por lá uma hora mais tarde, o reformador ainda viu o sorriso nos lábios do men­digo. Deu-lhe algo melhor do que ouro e prata.

Borrow, autor inglês, disse que certa vez um grupo de ciganos vinha atrás dele, clamando: "Dá-nos Deus!" "Eu não sou nem sacerdote nem ministro", respondeu ele. "E só posso lhes dizer: Deus tenha misericórdia de vocês". Jogou algumas moedas às crianças e afastou-se. Uma das mulheres gritou para ele: "Não queremos dinheiro! Temos bastante. Dá-nos Deus!" Se você estivesse lá, quanto de Deus poderia ter oferecido àquela mulher?

5. Deixando o caminho livre para Deus. Pedro e João viram a admiração do povo crescendo, a ponto de se trans­formar em idolatria. Então, desviaram deles a atenção a fim de concentrá-la exclusivamente no Mestre. Quando a adoração manifestou-se nos corações, os dois se afastaram e apresentaram a pessoa de Jesus. O Senhor recebeu, as­sim, todo o louvor e glória.

Quando Leonardo da Vinci completou seu célebre qua­dro da Última Ceia, convidou um amigo para apreciá-lo. "O quadro é primoroso", exclamou o amigo. "Aquela taça de vinho se ressalta da mesa em prata maciça e brilhante". Sem esperar mais nada, o artista tomou um pincel e apa­gou a pintura da taça, dizendo: "Minha intenção era que a pessoa de Cristo atraísse em primeiro lugar o olhar das pessoas, e qualquer coisa que desvia dele a atenção precisa ser apagada".

Bem-aventurado é o obreiro cristão que, tendo desper­tado o interesse das multidões, saiba levá-las a Cristo.

6. Ferindo a fim de sarar. Whitefield pregava a grandes auditórios de mineiros de carvão. Havia tanta gente que era difícil ler as emoções nos rostos. Todos cobertos por cama­das de pó. Vendo as marcas brancas, feitas pelas lágrimas no meio do carvão, sabia que a Palavra já tinha alcançado os corações. Então, deixava os aspectos da lei e de condenação e anunciava a graça e a consolação.

Pedro amava de todo coração seus compatriotas. Con­tudo, não deixou de lhes fazer profundo corte nas consci­ências (vv. 12-19). Como um cirurgião capaz, que corta para curar.

As pessoas só valorizam o Salvador quando percebem quão grande é o seu pecado e que estão perdidas. Spurgeon dizia que, para se levar um homem à salvação, é preciso primeiro levá-lo a reconhecer que está perdido.

7. Uma escolha fatal. "Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida". Jesus tinha a reputação de bondade e pureza entre o povo. Barrabás era revoltoso e assassino. Provavelmente lançava mão de um falso patriotismo como pretexto para roubar. A multidão, surgindo a possibilidade da escolha, rejeitou Jesus. Ele não tinha satisfeito suas expectativas nacionalistas. O espírito demonstrado na escolha de Barrabás frutificou de modo lógico na revolta de 68 d.C. Iniciando então a mais terrível calamidade sofrida pela nação em toda a sua história.

A natureza humana não mudou. Poucos negariam as virtudes de Jesus. Porém, nas escolhas práticas da vida o rejeitam em favor das riquezas, da fama, dos prazeres ou poder. Quem faz estas escolhas nunca acha paz e felicida­de sólidas e permanentes. Estas são propriedades exclusivas dos que escolhem o Galileu.

Neemias Intercede por Jerusalém


Neemias Intercede por Jerusalém

Neemias 1-2:8

Os eventos neste livro se iniciam no ano 445 a.C., ou seja, treze anos depois da saída do sacerdote Esdras para Jerusalém. O mesmo rei Artaxerxes (também conhecido como Longimanus) ainda se encontrava no trono em Susã, capital da Pérsia.
Neemias é usado por muitos como exemplo de um líder eficiente:
1.      Definiu um objetivo para alcançar.
2.      Analisou as várias opções e formou uma estratégia.
3.      Motivou outros para participarem do seu projeto.
4.      Delegou autoridade e distribuiu tarefas.
5.      Supervisionou o trabalho e verificou o desempenho de cada um até o cumprimento do projeto.
A história é contada pelo próprio Neemias, que ocupava o importante cargo de copeiro do rei.
Seu irmão Hanani havia vindo de Judá com alguns outros judeus, e Neemias perguntou-lhes como estavam passando os judeus que originalmente haviam escapado ao cativeiro e haviam permanecido na terra, bem como Jerusalém. Jerusalém, além de ser a antiga capital que representava a identidade nacional dos judeus, era também a sua cidade santa, abençoada com a presença especial de Deus no templo.
A resposta foi desanimadora: os judeus descendentes dos que haviam ficado na terra estavam em grande miséria e desprezo, e o muro da cidade estava fendido, e suas portas queimadas a fogo.
Sabemos que Esdras havia promovido uma purificação e uma nova consagração a Deus do povo em Jerusalém, mas em seu livro ele nada diz sobre a reconstrução do muro em volta da cidade, que havia sido destruído. Há uma referência à reconstrução de um muro, mas parece que é apenas o do templo, no tempo em que este estava sendo reconstruído por Zorobabel.
No entanto, é provável que tenha sido reconstruído em parte, pois Neemias foi informado que o muro estava fendido, e suas portas queimadas a fogo. O muro de uma cidade naquele tempo dava maior segurança aos habitantes, impedindo a entrada de pessoas e animais a não ser pela porta, e facilitando a defesa contra os inimigos.
Essas notícias trouxeram grande amargura e tristeza a Neemias, ao ponto de assentar-se, chorar, e lamentar por alguns dias. Também jejuou e orou perante o Deus dos céus.
Neemias desejou assumir ele próprio a responsabilidade pela recuperação do povo e de Jerusalém, a fim de trazer glória a Deus e restaurar a presença e o poder de Deus no meio do Seu povo. Ele levou esse assunto a Deus em sua oração.
Vejamos a estrutura da sua oração nesta ocasião:
1.      Louvou a Deus pela Sua grandeza e fidelidade
2.      Suplicou que Deus o ouvisse
3.      Confessou os pecados do povo, entre o qual se incluía
4.      Confessou os pecados próprios
5.      Pediu que Deus se lembrasse da sua promessa de que, se o seu povo se convertesse a Ele e guardasse os Seus mandamentos e os cumprisse, Ele os ajuntaria e traria de volta à sua terra, pois este ainda era o Seu povo.
6.      Empenhou-se na causa.
7.      Pediu que Deus lhe desse sucesso e fizesse com que tivesse simpatia do rei.
Neemias estava numa situação singular para falar com o rei. Como copeiro de confiança, que testava os alimentos que vinham à mesa real, ele estava regularmente diante de Artaxerxes.
Neemias havia se preparado, com essa oração diante de Deus, para apresentar a sua proposta ao rei quando chegasse a ocasião propícia. Mas era preciso esperar até que o rei lhe desse a oportunidade de falar. Também cada um de nós é singular e capaz de servir a Deus e aos Seus propósitos no lugar em que nos encontramos, desde que estejamos dispostos e preparados para isso.
Neemias pediu a Deus que lhe desse sucesso em sua empreitada - mas o sucesso que ele pedia não era para seu benefício, posição ou honra pessoal, mas para o trabalho do Senhor. Quando estamos dentro dos propósitos de Deus, não devemos ter receio em lhe pedir que Ele nos dê sucesso.
Houve uma demora de uns três ou quatro meses até que Neemias viu a resposta de Deus às suas orações. Ele continuava servindo ao rei normalmente, nada dizendo sobre o que o perturbava tão profundamente.
Mas precisava esconder a sua aflição, e não mostrar tristeza na presença do rei pois isso seria mal visto (Ester 4:2): os monarcas temiam ser assassinados, e como envenenamento era bastante usado para esse fim, qualquer mudança para pior na fisionomia de um copeiro causava suspeita.
Eventualmente Neemias não conseguiu mais esconder a sua angústia e o rei se perturbou com a mudança perceptível no seu semblante e exigiu uma explicação.
Então Neemias temeu grandemente diante do rei: o rei poderia executar sumariamente quem não o agradasse, e Neemias não sabia se o rei iria se compadecer dele ao lhe ser esclarecido o motivo da tristeza, ou se ele iria se enfurecer e condená-lo à morte.
Neemias não se envergonhou de sentir temor, mas não permitiu que o seu temor o impedisse de falar a verdade ao rei. Nunca devemos permitir que nosso temor nos impeça de fazer aquilo que sabemos é a vontade de Deus. Isso seria admitir que nosso temor émais forte do que Deus. Ele é maior do que todos os nossos temores.
Reconhecer o motivo por que estamos temerosos é o primeiro passo para entregá-lo a Deus. Se Deus nos chama para uma tarefa, Ele nos ajudará a cumpri-la.
Neemias imediatamente assegurou o rei da sua fidelidade, com a exclamação "viva o rei para sempre!". Em seguida deu uma explicação lógica, em poucas palavras, que esclareceu o verdadeiro motivo da sua tristeza.
O rei prontamente mostrou-se misericordioso e quis saber o que Neemias queria dele. Neemias quis agir dentro da vontade de Deus e novamente orou ao Deus do céu, pedindo a Sua direção sobre o que deveria dizer (decerto uma oração breve e silenciosa …).
Neemias pediu que o rei o enviasse a Judá, à cidade dos sepulcros dos seus pais (Jerusalém, mas Neemias não disse o nome) com a incumbência de a reedificar.
Artaxerxes indagou quanto tempo duraria a viagem, e quando Neemias voltaria. Não sabemos a resposta de Neemias a essas perguntas, mas eventualmente Neemias se ausentou da Pérsia por pelo menos doze anos (cap. 5:14).
O rei deve ter se dado por satisfeito, pois Neemias se animou a pedir também cartas para os governadores dalém do rio, para que permitissem sua passagem até Judá e uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que lhe desse a madeira que precisasse para a sua casa e para o muro da cidade. Tudo lhe foi concedido, segundo a boa mão de Deus sobre ele.
Neemias tinha uma boa posição, influência e provou ser um bom administrador, mas reconheceu que foi porque a boa mão de Deus estava sobre ele que ele teve sucesso nessa entrevista com Artaxerxes. Ele sabia que, sem isso, todo o seu esforço seria em vão. Lembremos sempre que em Deus está a nossa força e dele provêm os nossos dons.
O decreto assinado por Artaxerxes em seguida, permitindo que Ananias construísse os muros de Jerusalém, cumpriu uma profecia feita por Daniel noventa e três anos antes (Daniel 9:25), assim como o decreto anterior de Ciro (Esdras 1) cumprira uma profecia de Jeremias (Jeremias 29:10).

 

 

 

O Início da Reconstrução dos Muros de Jerusalém

Neemias 2:9 - 3:32

Munido das cartas de salvo-conduto do rei e escoltado por chefes do exército e cavaleiros, Neemias foi até Jerusalém, apresentando-se aos governadores pelo caminho.
Dois inimigos de Israel, ao saberem que ele tinha ido para procurar o bem dos israelitas, se desagradaram imensamente. Eram o horonita Sambalate e o "servo" amonita Tobias.
Sambalate era originário de Horonaim, uma cidade moabita, e ocupava uma posição de autoridade em Samaria, antiga capital do reino das dez tribos de Israel. Os moabitas, descendentes do filho mais velho de Ló, eram perenes inimigos dos israelitas.
Tobias era amonita: os amonitas eram descendentes do segundo filho de Ló e também foram grandes inimigos dos israelitas. Tobias usava sua grande influência para se opor aos judeus.
Três dias após sua chegada em Jerusalém, sem ter revelado a ninguém o que pretendia fazer, Neemias fez um reconhecimento do muro da cidade e das suas portas, à noite, com uma pequena escolta. Ele tomou cuidado para não atrair atenção, e manter segredo sobre os seus planos para despistar os seus inimigos.
Neemias conseguiu assim ver pessoalmente os muros fendidos e as portas queimadas, e o entulho. Conhecendo o problema em primeira mão, ele estava em melhores condições para resolvê-lo.
Só depois de feita a inspeção, e de ter avaliado o trabalho a fazer, foi que ele convocou os judeus, os nobres, os magistrados e os mais que faziam a obra, para uma reunião. Nela ele os exortou a reedificar o muro para acabar com a vergonha em que se encontravam, e contou como a mão de Deus lhe fora favorável e o próprio rei o havia estimulado em sua missão de reedificar o muro e a cidade de Jerusalém.
Todos aqueles líderes do povo então exclamaram "levantemo-nos e edifiquemos!" e prontamente se lançaram com as mãos à obra.
Mas os seus inimigos Sambalate e Tobias, aos quais se juntou também outro, Gesém, o arábio, procuraram desanimá-los com zombaria e desprezo, e a falsa acusação de estarem querendo se rebelar contra o rei.
Sempre que iniciamos um trabalho na obra de Deus encontramos aqueles que procuram nos desanimar, às vezes ridicularizando o nosso objetivo, ou procurando nos convencer que somos incapazes.
Neemias não se deixou intimidar e replicou com firmeza que ele e os seus companheiros se empenhariam na edificação à qual o Deus dos céus, a quem serviam, daria sucesso, mas que eles três nada tinham a ver com isso: eles não tinham parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém.
Temos em seguida uma lista detalhada dos que desenvolveram a obra de reconstrução do muro e o que fizeram. Seu nomes ficaram registrados através dos séculos nestas páginas. Pouco ou nada sabemos a respeito de cada um salvo a maneira em que cada um cooperou para que o muro fosse reconstruído, com as portas.
Jerusalém era uma cidade grande para a época, e precisava de várias portas porque várias estradas convergiam nela. O muro de cada lado dessas portas pesadas de madeira era mais elevado e grosso para agüentar as portas e acomodar os soldados encarregados de protegê-las contra ataques. Algumas portas ficavam entre duas torres para maior segurança.
Em tempos de paz as portas eram lugar de grande atividade, com reuniões das câmaras municipais, e feiras livres para compra e venda de mercadorias, mantimentos e objetos domésticos. A construção do muro da cidade e das suas portas representava não somente uma prioridade militar de defesa mas também um incentivo ao comércio.
Observamos que:
·         O sumo sacerdote Eliasibe e os demais sacerdotes são os primeiros a serem mencionados. Eles não deixaram que a sua vocação espiritual no templo os impedisse de "baixarem" para o trabalho braçal envolvido na reconstrução. A Porta das Ovelhas era a porta usada para trazer ovelhas para dentro da cidade para os sacrifícios no templo. Neemias convocou os sacerdotes para consertá-la com a respectiva parte do muro, respeitando a área que mais interessava a eles e ao mesmo tempo enfatizando a prioridade da adoração. Apropriadamente, os sacerdotes também consagraram a Porta das Ovelhas e duas torres, chamadas Meá (Cem) e Hananael (Dado Graciosamente por Deus).
·         avia um mercado de peixes junto à Porta do Peixe, onde vinha dar a estrada principal por onde vinham os comerciantes de Tiro, do mar da Galiléia e de outras regiões de pescaria para vender os seus produtos
·         Os nobres da cidade de Tecoa se recusaram a colaborar. Foram os únicos aqui mencionados que não apoiaram a obra de reconstrução do muro. Freqüentemente encontramos, mesmo no trabalho de Deus, aqueles que se acham superiores ao trabalho pesado. É melhor, às vezes, não tomar conhecimento deles. A sua falta de cooperação será sempre lembrada pelos demais que trabalharam.
·         Por outro lado, alguns homens bem colocados na sociedade são mencionados como tendo trabalhado no muro : Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; Hananias, filho de um dos boticários; Refaías, filho de Hur, maioral da metade de Jerusalém; Salum, filho de Haloés, maioral da outra meia parte de Jerusalém, ele e suas filhas.
·         As filhas de Salum se notabilizaram por ajudarem seu pai neste trabalho próprio para homens: era uma emergência nacional. Quase todos se dedicaram à tarefa voluntariamente, colaborando da melhor forma que podiam.

Neemias soube fazer com que cada um visse a importância e o significado do que fazia dentro deste grande projeto, assim assegurando trabalho de alta qualidade e satisfação pessoal de todos.
As portas nos dizem:
1. A porta das Ovelhas: foi por onde Cristo entrou em Jerusalém (João 5:2). Ele é o Cordeiro de Deus.
2. A porta do Peixe: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (Mateus 4.19). Ele procurou os Seus discípulos.
3. A porta Velha: "Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma" (Jeremias 6:16). O Senhor Jesus disse: "Eu sou o caminho …"
4. A porta do Vale: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo" (Salmo 23:4). A sombra da morte não traz temor ao cristão.
5. A porta do Monturo: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). O sangue de Cristo nos purifica.
6. A porta da Fonte: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre." (João 7:38). O Espírito Santo habita no crente quando ele se converte e nasce de novo.
7. A porta das Águas: "Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado" (João 15:3). A Palavra de Deus nos lava, como água.
8. A porta dos Cavalos: "Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo" (2 Timóteo 2.3). Os cavalos eram usados pelos soldados na guerra. O crente é um soldado de Cristo.
9. A porta Oriental: era a primeira porta a ser aberta, no nascer do sol, indicando o fim da noite. O crente espera também o raiar do dia quando o Senhor Jesus voltará para levá-lo consigo.
10. A porta de Mifcade (revista, registro): "todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal" (2 Coríntios 5:10). Cada crente receberá um galardão correspondente ao que fez pelo seu Senhor aqui na terra.

A Vigilância contra os Inimigos

Neemias 4

Sambalate e Tobias, tradicionais inimigos dos judeus, se enfureceram ao vê-los organizados e empenhados na reconstrução dos muros de Jerusalém.
Sua primeira reação foi de sarcasmo e de desprezo. Diante dos seus irmãos e do exército de Samaria, o governador Sambalate zombou dos que edificavam dizendo:
·         "Que fazem estes fracos judeus?" Os judeus não tinham força militar para se impor sobre os seus vizinhos, e ele os despreza por isso diante do seu próprio exército.
·         "Permitir-se-lhes-á isso?" Sambalate era governador de Samaria e poderia ter ambicionado governar a Judéia também, mas a vinda de Neemias teria prejudicado seus planos. Ele põe em dúvida a autoridade de Neemias.
·         "Sacrificarão?" O sacrifício aos deuses era uma prática usada pelos povos pagãos para conseguir a sua ajuda em suas empreitadas. Esta é uma ironia de Sambalate, que não cria no SENHOR, o Deus de Israel.
·         "Acabá-lo-ão num só dia?" Ele se surpreendeu com a grande disposição dos judeus para o trabalho, e procurou desanimá-los apontando para o longo tempo que seria necessário para a conclusão da obra.
Estas perguntas, feitas em tom de zombaria, tinham alguma base. O povo estava ciente da sua fraqueza e da enormidade da obra que haviam começado, e da oposição que estava surgindo por parte dos outros povos entre os quais conviviam naquela região. Tinham já bons motivos para duvidar se realmente teriam condições de completar a obra por si próprios. O inimigo usa o escárnio como uma arma, e ela pode cortar profundamente, causando o desânimo e o desespero.
Tobias, por sua vez, acrescentou que "Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra". Para que empregar tanto trabalho e tempo em alguma coisa sem valor?
São perguntas que nos vêm imediatamente quando temos diante de nós um projeto de grande envergadura: Somos capazes? Estamos autorizados? Temos a aprovação de Deus? Podemos dispor de todo o tempo que vai levar até terminar? Quando terminado valerá a pena todo o esforço despendido?
Sambalate e Tobias sugeriam que o povo respondesse "não" a todas essas perguntas. Neemias não tinha a menor dúvida que a resposta era "sim" e conhecia muito bem a razão por que os seus inimigos procuravam levantar dúvidas entre o povo, portanto ele sequer condescendeu a falar com eles.
Notemos que Neemias não procurou vingar-se a si próprio, mas deixou a justiça nas mãos de Deus, pedindo que fizesse cair a vergonha sobre a cabeça dos seus inimigos, para que fossem um despojo em terra de cativeiro e que nunca os perdoasse, porque haviam irritado a Deus diante dos edificadores.
A nós é mandado "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." (Romanos 12:19-21).
O povo se dedicou cordialmente ao trabalho, chegando até à metade da altura do muro. Os inimigos Sambalate e Tobias, bem como os arábios e os amonitas, eram informados do progresso que ia sendo feito. Ao saber que os reparos tinham avançado e que as brechas estavam sendo fechadas, ficaram furiosos e se juntaram para planejar um ataque a Jerusalém e causar confusão.
Novamente Neemias e os seus companheiros oraram a Deus e também colocaram guardas de dia e de noite para se protegerem. Devemos fazer o que podemos e Deus suprirá o que nos falta.
Neemias constantemente combinava a oração com preparação, planejamento e ação. A oração assegurava o apoio divino naquilo que ele sabia que correspondia com a vontade de Deus. É a atitude correta daquele que anda com Deus: primeiro assegurar-se qual seja o desejo de Deus, em seguida orar pedindo o Seu apoio e direção, em seguida colocar mãos à obra. Devem-se fazer as três coisas.
Tendo cuidado da defesa contra o inimigo externo, Neemias teve também que enfrentar o desgaste que estava acontecendo internamente entre os judeus, causado pelo desânimo e o medo:
·         Os carregadores se cansavam com o trabalho constante e ainda havia muito entulho para tirar. Estavam já se convencendo que nunca iriam conseguir reconstruir o muro por si mesmos.
·         Os que moravam perto dos inimigos, ouviam quando eles falavam entre si planejando ataques de surpresa para matar os que trabalhavam e acabar com o seu trabalho, e corriam amedrontados até Neemias para dizer que seriam atacados por todos os lados.
Imediatamente Neemias tomou as providências devidas: escolheu alguns do povo, pelas suas famílias, como sentinelas, bem armados com espadas, lanças e arcos, e os posicionou atrás dos pontos mais baixos do muro, que eram os mais vulneráveis, nos lugares abertos de onde podiam ver melhor.
Neemias colocou cada homem na posição em que podia ver e defender a sua própria família, o que lhes daria mais tranqüilidade. Se estivessem longe, eles estariam em dúvida sobre a sua segurança. Ele próprio os inspecionou rapidamente para ter certeza que estavam bem colocados e armados. Neemias também disse ao povo que não tivessem medo pois o Senhor é grande e temível, e estimulou-os a lutar pelas suas famílias.
Com isso os inimigos descobriram que Deus havia frustrado a sua trama e que haviam perdido o elemento de surpresa no ataque que planejavam. Todo o povo então se voltou para o muro, cada um para o seu trabalho.
Quando sentirmos que não podemos dar conta de um projeto, por causa das dificuldades e mesmo oposição que estamos enfrentando, é bom lembrar o propósito de Deus para a nossa vida, e o valor do que fazemos para Ele, pois Ele tem condições para nos suprir o que nos falta, e de abafar toda a oposição.
Os trabalhadores estavam espalhados ao longo do muro. Para que o trabalho não parasse, mas ao mesmo tempo estivessem preparados para algum ataque, Neemias ordenou que metade fizesse o trabalho de construção enquanto a outra metade permanecia armada de lanças, escudos, arcos e couraças. Os oficiais lhes davam o seu apoio.
Com esse plano de defesa, o povo estava unido e protegido. Devemos também estar unidos como igreja de Cristo dando apoio uns aos outros, e orando uns pelos outros. Precisamos uns dos outros em nosso trabalho na obra de Deus e em nossa defesa contra o inimigo das nossas almas.
Os que se moviam de um lugar para outro, carregando entulho e materiais, portanto isolados, faziam o trabalho com uma mão e com a outra seguravam uma arma - também cada um dos construtores trazia na cintura uma espada enquanto trabalhava.
O nosso inimigo, o diabo também anda ao redor procurando tirar vantagem das nossas fraquezas. Devemos estar alertas, cada um de nós, usando a armadura que Deus nos dá (Efésios 6:13-18).
Neemias também introduziu um sistema de alarme, para que todos pudessem se juntar ao ouvir o som da trombeta tocada pelo homem que estava com Neemias, pois estavam espalhados ao longo do muro. O simples fato de saber que a trombeta seria ouvida se houvesse uma emergência, seria suficiente para tranqüilizar os trabalhadores. Não sabemos se houve algum incidente em que a trombeta foi usada. Neemias confiava na proteção de Deus.
Neemias e seus companheiros mantinham vigilância constante, vestidos em prontidão de dia e de noite. O crente também deve vigiar constantemente (1 Pedro 5:8). O texto no original hebraico da última sentença é obscuro, e não há consenso entre as traduções.

Os muros de Jerusalém são terminados

Neemias 6

Os muros de Jerusalém haviam sido terminados. Mas estavam sem portas, portanto a segurança contra invasores ainda não estava completa.
Os inimigos não haviam conseguido paralisar a obra de construção, como queriam, mas pensavam que ainda havia uma oportunidade de deixar a cidade sem defesa se pudessem impedir a colocação das portas.
A tática que empregaram foi de mandar chamar Neemias para vir conversar com eles num dos povoados da planície de Ono, a trinta quilômetros de Jerusalém, ostensivamente para chegarem a um acordo amigável. Eles não desejavam o bem para Neemias.
É uma tática ainda muito usada pelo inimigo, Satanás. Ao invés de abertamente atacar o trabalho de Deus, ele procura chamar o crente para participar das atividades do mundo, para assim baixar a sua resistência contra as más influências do mundo em sua vida.
As igrejas fiéis também são chamadas a participar do movimento ecumênico, para então reduzirem a sua fidelidade aos mandamentos de Deus, a sã doutrina, e se acomodarem às práticas libertinas das demais. O inimigo é o mesmo, usando a mesma tática que usou contra Neemias.
Neemias prontamente mandou-lhes um mensageiro declarando que não podia descer até eles porque estava executando um grande projeto. Ele sabia que eles estavam tramando fazer-lhe mal, e nenhum bem iria resultar de uma conversa com eles.
Nas igrejas de hoje também existem muitos que querem chegar a um acordo conosco. Pensam que temos vistas curtas e que somos fanáticos por queremos obedecer unicamente e fielmente à Palavra de Deus. É prudente fugir de tais pessoas, e apenas nos juntarmos com os que querem se reunir apenas ao redor da pessoa de Cristo.
Os inimigos não desistiram logo, e mandaram mensageiros por quatro vezes mais com o mesmo convite. A oposição ao trabalho de Deus é sempre perseverante A presença de Neemias nas obras era muito importante e eles sabiam disso. Tirar Neemias do seu trabalho poderia até paralisar as obras. Mas Neemias continuou recusando ir.
Por fim, o inimigo Sambalate lhe mandou uma carta aberta (para que outros pudessem ler), contendo uma ameaça velada para maior efeito. Segundo disse na carta, havia um boato circulando por ali segundo o qual os judeus estavam reconstruindo o muro com o fim de se revoltarem contra a Pérsia, e fazer de Neemias o seu rei. Ele estaria até subornando profetas para apoiarem seu direito ao trono. Esse boato seria levado ao conhecimento do rei da Pérsia, e convinha a Neemias ir conversar com ele primeiro.
Neemias não se deixou enredar: declarou categoricamente que nada do que Sambalate dizia estava acontecendo e era pura invenção dele. Neemias sabia que os inimigos queriam intimidar os judeus e enfraquecê-los para que não terminassem a obra. Ele orou a Deus pedindo força para continuar.
Neemias procurou um espião e falso profeta chamado Semaías que estava trancado em sua casa. Semaías então propôs que Neemias se encontrasse com ele no templo, a portas fechadas, porque essa noite viriam matá-lo.
Neemias percebeu que ele estava mentindo, e que tinha sido contratado pelos inimigos para amedrontá-lo para que cometesse um pecado e assim pudessem difamá-lo e desacreditá-lo. Então recusou-se a esconder-se no templo, dizendo que um homem como ele não deveria fugir e entrar no templo para salvar a vida.
Neemias foi sábio ao testar a mensagem do profeta antes de obedecer, vendo então que era outra armadilha do inimigo. Certas pessoas usam o nome de Deus para dizer que sabem a vontade de Deus, quando seus motivos são outros. Devemos examinar os que se dizem mensageiros de Deus para ver se o que dizem confere com a Palavra de Deus.
Neemias pediu que Deus se lembrasse do que faziam os seus inimigos, bem como da traição deste e de outros profetas que procuravam intimidá-lo.
O muro foi terminado em cinqüenta e dois dias, tendo Neemias que planejar e dirigir os trabalhos bem como defender-se dos inimigos dos israelitas. Estes inimigos o haviam atacado pessoalmente com boatos (v.6), mentiras (vv 10-13), e relatórios falsos v.17).
Os ataques pessoais doem, e quanto a crítica não é justificada, podem facilmente levar ao desespero. Ao fazer o trabalho de Deus é possível ser alvo de ataques ao caráter. O exemplo de Neemias deve ser seguido, confiando em Deus para o cumprimento da tarefa e deixando de lado os insultos não justificados.
Os inimigos haviam dito que os "fracos" judeus não completariam a obra. A obra era grande demais, e os problemas enormes. Mas os homens e mulheres de Deus, trabalhando juntos em tarefas especiais, podem resolver problemas difíceis e atingir altos objetivos. Nunca deixemos que o tamanho de uma tarefa ou do tempo necessário para executá-la nos impeça de levá-la avante. Com a ajuda de Deus, se for da vontade dEle, tudo poderá ser feito.
O sucesso alcançado pelos judeus resultou em temor nos inimigos e povos vizinhos, pois reconheceram que o SENHOR seu Deus estava com eles. Antes eles haviam escarnecido dos judeus porque julgavam que tinham um deus fraco, que pouco podia fazer por eles.
A construção do muro os tirou do seu engano, a agora olhavam aos israelitas com novos olhos, com respeito e temor.
Também os nobres israelitas haviam mantido correspondência por todo esse tempo com o inimigo Tobias, com quem eram aparentados e estavam comprometidos por juramento. Eles elogiavam Tobias na presença de Neemias, e transmitiam para Tobias o que Neemias dizia a respeito dele. Eram mais leais a Tobias do que a Neemias, e desejavam que Neemias também desse atenção a Tobias.
Neemias continuou a tratar Tobias como inimigo de Israel, e Tobias continuou a enviar cartas para intimidar Neemias.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Neemias - 52 Dias De Construção Dos Muros De Jerusalém !!!



Neemias

Neemias estava na cidadela em Susã, a sede do governo persa. Uma geração antes, no mesmo lugar, Ester e Mordecai conseguiram salvar os judeus da matança tramada por Hamã. 
Neemias estava entre os judeus que ainda moravam fora do seu país, mesmo 90 anos depois da volta de Zorobabel para reconstruir o templo e povoar novamente a cidade de Jerusalém. 
Neemias foi copeiro do rei, uma pessoa respeitada pelo homem mais poderoso do mundo.

Hanani seu irmão fez a viagem de 1.600 quilômetros de Jerusalém a Susã para visitar Neemias. Porém as notícias que ele levou entristeceram Neemias. Hanani disse que o povo de Jerusalém encontrava-se numa situação precária e insegura, sujeito às agressões dos povos que controlavam as regiões adjacentes à cidade.
Neemias, extremamente preocupado com o bem-estar dos seus parentes e compatriotas, chorou, jejuou e orou ao Senhor. Ele baseou suas petições nas grandes promessas de Deus, certo da fidelidade de Deus em cumprir a sua palavra. Pediu que Deus estivesse com ele diante do rei da Pérsia, e nesse momento aprendemos que sempre devemos estar na vontade de Deus, devemos sempre pedir direção divina para decidirmos o caminho que devemos seguir.
Quatro meses depois, já no início da primavera, Neemias teve sua oportunidade de agir. O rei Artaxerxes percebeu a tristeza de seu copeiro, e perguntou o motivo. Neemias explicou a sua preocupação com o povo em Jerusalém. Quando o rei ofereceu ajuda, Neemias orou a Deus e fez seus pedidos ao rei: Licença para ir a Jerusalém para reedificar a cidade, Cartas para assegurar sua passagem pelas províncias no caminho, e Autorização para o uso de madeiras da floresta na construção. Pela bondade de Deus, o rei deu tudo que Neemias pediu, e este partiu para Jerusalém, a oração é chave da nossa vitoria, devemos sempre orar e planejar antes de agirmos.

A Vistoria da Obra (2:11-16)

Neemias chegou em Jerusalém sem fanfarra, e esperou três dias antes de começar o seu trabalho. Ele saiu de noite, levando poucos homens, sem anunciar o seu propósito. Naquela noite, Neemias percorreu a cidade de Jerusalém, fazendo vistoria das muralhas. Antes de dar alguma orientação ao povo, ele precisava entender a situação, muitas vezes agimos de forma precipitada e acabamos cometendo erros e falhas, o servo de Deus precisa agir com sabedoria e nessa passagem vimos a sabedoria na vida de Neemias que primeiro foi verificar a real situação, ele foi entender os problemas para depois propor as soluções.

O Apelo ao Povo (2:17-18)

Depois de terminar sua vistoria, Neemias falou com o povo e fez seus apelos. Ele falou sobre: O problema – a miséria do povo, a necessidade de agir para resolver o problema e a dependência em Deus para alcançar a solução, essas três coisas foram importantes para o desenvolvimento da obra e sua total realização, é importante sabermos que na obra de Deus nada se conquista sozinho, dependemos um dos outros e quando o povo de Deus esta unido, as coisas acontecem.

A Resposta dos Judeus (2:18)

Neemias não pretendeu fazer a obra sozinho. Precisou da cooperação do povo para edificar as muralhas. Os judeus se mostraram dispostos e começaram os seus preparativos para o trabalho de construção, precisamos estar sempre dispostos na obra de Deus. 

A Oposição (2:10,19-20)

Ao longo do relato da construção, há referências à oposição dos povos vizinhos. Eles não queriam deixar Jerusalém ficar forte e próspera, e fizeram tudo que foi possível para intimidar o povo e impedir a obra. Neemias não cedeu à pressão dos adversários. Ele confiou em Deus, e recusou dar ouvidos aos adversários. Eles até sugeriram que o trabalho fosse ilegal, procurando provocar medo de problemas com o governo, mas Neemias não cedeu. Deus estava com ele, e as ameaças dos adversários não impediriam o trabalho do Senhor (6:9). Em outras épocas da história bíblica, os servos do Senhor enfrentaram perseguições severas, até levando à morte de vários discípulos. Mas confiaram no Senhor e prosseguiam na obra, apesar das ameaças reais dos inimigos. 

“Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Apocalipse 12:11).

A Cooperação Prática na Obra (3:1-32)

capítulo três de Neemias, na minha opinião, é o mais bonito do livro. A primeira vista, pode não perceber a beleza dele, pois contém uma lista de nomes e detalhes geográficos. Mas estes nomes e referências a lugares mostram como cada família e cada pessoa contribuíram à obra de construção. Uma família assumiu a responsabilidade de edificar um trecho do muro, enquanto outra ergueu o próximo. Do sumo sacerdote e maiorais do povo aos residentes comuns de Jerusalém e de outras cidades judaicas, o povo pôs a mão à massa e trabalhou dia e noite. Neemias comentou sobre este espírito de cooperação: “Assim, edificamos o muro... porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (4:6). Quantas vezes falhamos em nosso trabalho diante do Senhor por motivo de desânimo? O dever precisa vencer o desânimo!

A Proteção Divina e a Responsabilidade Humana (4:1-23)

Devido à disposição do povo para trabalhar, as muralhas chegaram à metade de sua altura, e começaram a fechar as brechas. Neemias ouviu que os inimigos se preparavam para atacar a cidade. A reação dele mostra uma atitude excelente de fé e responsabilidade: “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite” (4:9). Quando enfrentamos desafios na vida, não devemos ficar de braços cruzados. Devemos fazer o que podemos, dentro dos papéis definidos pelo Senhor, para resolver os problemas. Por outro lado, seria tolice achar que todas as soluções se encontram em nossas mãos. Devemos, como Neemias, orar ao Senhor e confiar nele para cuidar das coisas que são maiores do que nós.

A Luta pela Família (4:12-14)

Quando Neemias organizou os trabalhadores para se defenderem contra os adversários, ele chamou todos a pelejarem pelas próprias famílias (4:14). O desejo de salvar as próprias famílias motivou os judeus a trabalharem e vigiarem constantemente. Deve ter o mesmo efeito em nossas vidas. Mas as ameaças maiores hoje são os ataques espirituais que o Adversário faz constantemente, bombardeando as nossas famílias com tentações que ameaçam nos levar à perdição.

A Obra Terminada (6:15-16)

Depois de duas gerações de empecilhos e desculpas, Neemias e o povo se dispuseram a trabalhar e realizaram a obra em apenas 52 dias! Quantas vezes procrastinamos e imaginamos muitos motivos para não fazer o nosso dever, quando o trabalho em si poderia ser realizado em pouco tempo?

Neemias e o povo de Judá aceitaram o desafio e realizaram uma obra importante na construção dos muros de Jerusalém. Aprendemos muitas lições importantes do bom exemplo deles.

Você esta pronto a aceitar o desafio de realizar uma grande obra em sua vida ?

Jerusalém precisava ter seus muros edificados e as brechas fechadas, assim é o cristão nos dias de hoje que precisa estar com a vida edificada e não deve ter brechas, o inimigo se levantou por diversas vezes atrapalhar o povo de Deus assim como ele tenta nos atrapalhar, mais quando entregamos nossa vida nas mãos de Deus ele cuida e nos dá o caminho certo para a vitória.